No mês, o aumento de 0,73% nos preços dos eletroeletrônicos contrasta com a queda da média mensal, que foi de -0,45% nos primeiros sete meses do ano, e com as variações predominantemente negativas da série de 32 meses, onde apenas 6 meses apresentaram aumentos de preços.
Como muitos aparelhos eletroeletrônicos são importados, ou têm componentes importados, é possível que essa tendência seja influenciada pela recente valorização do câmbio dólar/real que, entre fevereiro e julho de 2024, cresceu 13%.
O pesquisador da FIPE, Sérgio Crispim, explica que o câmbio pode ser um fator relevante para entender se o índice continuará em queda. “A curto prazo, o câmbio tem se mostrado a principal variável que pode explicar a tendência recente de redução nas quedas anuais dos preços de eletroeletrônicos. A valorização de 13,3% do câmbio no período de 12 meses encerrado em agosto de 2024, e de 13,0% nos últimos sete meses pode ter impactado diretamente os preços dos produtos importados ou com componentes importados, apesar de fatores estruturais da indústria possibilitarem a redução dos custos dos componentes e produtos em nível global. A alta do câmbio pode, eventualmente, provocar variações mensais e anuais positivas nos preços dos eletroeletrônicos à medida que os estoques são renovados”, explica.
A categoria Informática apresentou variação mensal positiva de 1,8% no mês, influenciada por notebook (2,5%), computador desktop (1,0%) e tablet (1,3%). Esta foi a maior variação mensal dos preços de Informática na série de 32 meses do índice. No entanto, a variação anual de preços da categoria foi de queda de 4%, conforme ilustra o gráfico 4, a menor em 20 meses, sendo observado pico de queda anual em novembro de 2023 (-13,1%), seguida por uma tendência de redução das variações anuais, possivelmente como reflexo do câmbio, que influencia diretamente os preços destes produtos.
Smartphones continua com maior queda entre as categorias
Os grupos de produtos que tiveram as maiores quedas anuais de preços em agosto de 2024 foram celulares (-10,1%), eletroportáteis (-4,5%) e informática (-4,0%). O único grupo que teve aumento de preços foi o de eletrodomésticos (4,2%), influenciado principalmente pelos preços de aparelhos de ar-condicionado, que tiveram aumento anual de 14,6%, e geladeiras, com aumento anual de 0,2%.
Para Francisco Donato, Superintendente Executivo da Mosaico no Banco PAN, empresa detentora das marcas Buscapé e Zoom, o e-commerce continua se reinventando e impulsionando o varejo. “As compras digitais proporcionam um cenário favorável ao consumidor brasileiro, pois, além de oferecer poder de escolha, a concorrência por melhores condições traz diversas vantagens, especialmente para aqueles mais antenados. Nesse sentido, a comparação e o acompanhamento dos preços são fundamentais para um bom negócio. Em geral, apesar da variação do dólar impactar o preço dos produtos, principalmente os eletrônicos, ainda observamos uma tendência de queda nos preços ao analisarmos períodos anteriores”, analisa o executivo.
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Lucas Leite de Assis
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