02/10/2024 às 10h14min - Atualizada em 03/10/2024 às 00h04min

Ecoando inseguranças: por que ouvir nossa própria voz pode ser desconcertante?

Se você já sentiu um frio na barriga ao ouvir sua própria voz, você não está sozinho

TINTEIRO ASSESSORIA DE IMPRENSA
Divulgação

“A minha voz é assim mesmo?” Quem nunca fez essa pergunta ao ouvir a própria voz em uma gravação? Para muitos, essa experiência comum pode desencadear um desconforto significativo e até insegurança. Dados do Instituto Nacional de Saúde Mental indicam que aproximadamente 60% das pessoas enfrentam inseguranças em relação ao seu timbre vocal , o que pode impactar sua capacidade de comunicação e sociabilidade, para a Dra Cristiane Romano, fonoaudióloga e especialista em expressividade, nos casos mais graves o desconforto pode dar lugar ao que chamamos "síndrome do impostor”, em que as pessoas duvidam de suas próprias capacidades.

“O tom que ouvimos ao gravar nossa voz oferece faixas linguísticas que nunca ouvimos antes, e isso pode ser desestabilizador. Muitas vezes, as pessoas se surpreendem ao não se reconhecerem no timbre e na expressividade, e isso pode gerar um choque de percepção que leva a inseguranças. Muitas pessoas se sentem constrangidas e isso pode impactar a capacidade de se comunicarem efetivamente”, explica a especialista.

Causas do Desconforto Vocal

A Dra. Cristiane explica que quando conversamos, a condução do som não se dá apenas pela via aérea por meio do ar, mas também pela via óssea, onde as cordas vocais vibram, fazendo com que o som chegue ao ouvido interno através dos ossos e tecidos do corpo. Isso resulta em uma percepção de voz mais grave do que a escutada por outras pessoas. Ao ouvir uma gravação, somos expostos apenas à condução externa, sem esse enriquecimento acústico.

Esse choque de percepção pode gerar insegurança e contribuir para a chamada “síndrome do impostor” , onde as pessoas duvidam de suas próprias capacidades e acabam evitando a comunicação em público, reuniões e situações sociais.

Impactos Psicológicos

Romano ressalta que o desconforto com a própria voz não é apenas uma questão técnica; ele está frequentemente ligado a aspectos psicológicos. Um estudo da American Speech-Language-Hearing Association (ASHA) aponta que alterações na voz podem ter impactos negativos na autoestima e na vida social, fazendo com que muitos evitem interações onde precisam se comunicar.

A fonoaudiologia oferece tratamentos que ajudam a modificar a qualidade e o timbre da voz por meio de exercícios vocais e técnicas de respiração. Essa abordagem é conhecida como "Terapia Vocal" e é indicada nos casos em que há dificuldades de dicção, voz monotônica ou pouco expressiva, alterações na ressonância vocal, timidez e insegurança ao falar em público.

Para aqueles que desejam melhorar a percepção que têm da própria voz, existem abordagens eficazes e não cirúrgicas que combinam:

  1. Exercícios de projeção vocal : técnicas que melhoram a ressonância e a clareza da fala, fortalecendo a musculatura vocal. Um exercício simples é praticar a leitura em voz alta, focando na articulação e entonação.
  2. Treinamento de respiração diafragmática : aprender a respirar corretamente pode regular a pressão e o fluxo de ar, resultando em um som mais controlado e confiante. Para isso, experimente inspirar profundamente pelo nariz, expandindo o diafragma ao invés do peito.
  3. Técnicas de expressividade : envolvem o uso de entonação, ritmo e emoção, ajudando a tornar a comunicação mais envolvente e impactante. Grave-se lendo um texto e ouça depois, identificando áreas para melhorar a expressividade.
  4. Psicoeducação : focada na autoimagem e autoestima em relação à voz, ajuda a transformar a percepção que se tem do próprio timbre e potência vocal.

“É essencial que as pessoas saibam que não estão sozinhas e que existem profissionais prontos para ajudar. A voz é uma ferramenta poderosa de comunicação, e o desconforto em relação a ela pode ser superado”, conclui a Dra. Cristiane.

Sobre a Dra. Cristiane Romano:

  • Especialista em comunicação, com mestrado e doutorado em Expressividade pela USP.
  • Pós-graduada em Voz pelo CEFAC - BH e em Gestão Estratégica de Marketing pela PUC Minas.
  • Formada em Business and Executive Coaching pela University of Ohio - EUA.
  • Autor de diversos artigos científicos nacionais e internacionais.

Ao longo de sua carreira, a Dra. Cristiane têm capacitado profissionais, ajudando-os a aprimorar suas habilidades comunicativas e, assim, aumentar sua influência e persuasão em diversos contextos.


 

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PAULO NOVAIS PACHECO
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