27/08/2024 às 11h28min - Atualizada em 28/08/2024 às 00h02min

Projeto com ceramistas do Jequitinhonha apresenta coleções no 18º Salão do Artesanato de São Paulo

Ação promovida pela Paiol realizou oficinas criativas para diversificar produção e promover a geração de renda para artesãos da região

ANGELO MIGUEL | BACURI COMUNICAçãO
Penéllope Bianchi e Paiol

Entre os dias 28 de agosto e 1 de setembro, o Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, recebe o 18º Salão de Artesanato de São Paulo. Com trabalhos de mais de 1500 artistas populares, artesãos e grupos de todas as regiões do país, o evento traz experiências culturais, gastronômicas e, sobretudo, incentiva a geração de renda no setor artesanal. Buscando justamente promover o aumento da renda entre artesãos e artistas populares, a Paiol, marca de produtos artesanais, tem realizado uma série de iniciativas com comunidades tradicionais do município de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, no nordeste de Minas Gerais. Dentre as mais recentes está o ‘Projeto Experimentos’, que propôs a criação de peças que resultam de oficinas criativas realizadas com a Associação dos Artesãos e Lavradores de Campo Alegre e a Associação dos Artesãos Coqueiro Campo, formadas por 48 e 47 artesãos respectivamente. 

“Este é um projeto que resulta de várias experimentações criativas e estimula a expressão para além das peças que estão habituados a fazer. O processo é colaborativo, eu vou dentro do atêlie de cada artesão e, juntos, vamos buscando novas formas e novos acabamentos sem fugir do modo tradicional de fazer deles. Revisitamos o passado o tempo todo, mas buscamos ampliar as possibilidades criativas. Essa fruição que venho tendo com eles há quatro anos, desde que estabeleci morada na região, tem possibilitado desenvolver coleções exclusivas para grandes marcas, alcançando assim novos mercados e gerando renda mais constante para as comunidades”, revela Lassen.

Artesãos testaram formatos diferentes, mas mantiveram técnicas tradicionais da região - FOTO Penellope Bianchi

 

Ao todo, foram produzidas cerca de 50 peças que se dividem entre decorativas e utilitárias, buscando referências mais contemporâneas e com linguagens que se misturam, tanto na modelagem, quanto na finalização das peças. “Desde 2020, quando o Lucas surgiu com as primeiras propostas de criação, nós temos nos sentido mais livres para criar, porque são projetos que têm dado certo, nos trazem reconhecimento e também retorno financeiro”, revela Maria Gomes Barbosa, presidente da associação de Coqueiro Campo. 

Buscando promover a sustentabilidade da atividade artesanal no Vale,  Lassen tem inovado na forma de fazer projetos criativos exclusivos entre os artesãos e grandes marcas no varejo de decoração, atuando desde o processo criativo até a entrega final dos itens. A partir do seu conhecimento artístico e comercial, desenvolveu em conjunto coleções exclusivas para Tok&StokCasa BonitaFarm e para a Camicado. “Esse tipo de parceria possibilita que artesãos locais tenham uma renda mais constante, assim como, estimula as novas gerações a darem continuidade aos saberes tradicionais por vislumbrarem ganhos mais seguros com esses projetos. O que é produzido é aquilo que já está vendido através de pedidos emitidos. E para as empresas é importante ter peças exclusivas num mercado cada vez mais competitivo”, afirma o empresário que tem apostado também em sua atuação como designer.

Até o momento, foram criadas sete coleções, sendo Mulheres do Vale, Raízes do ValeCores e Mãos do Cerrado para a Casa BonitaQueimaria, Mãos de Barro e Contornos do Vale para a Tok&Stok, além da Branco no Branco para a Camicado, que inclusive foi premiada na 7º edição do Prêmio Objeto Brasileiro, do Museu A CASA. “Nós sempre vamos continuar fazendo nossas peças tradicionais, porque é algo que é parte da gente. Mas também é muito bom poder testar novas linhas, trazer outras formas para o barro, ver o interesse do público e de grandes marcas no nosso trabalho e, mais importante de tudo, é preciso ter pedidos de forma recorrente para que todos aqui continuem sustentando suas famílias”, finaliza Vilma Gomes dos Santos, que faz parte da diretoria da associação de Coqueiro Campo. 

Coleção Branco no Branco, desenvolvida para a Camicado ganhou prêmio do Museu A Casa do Objeto Brasileiro na categoria de produção coletiva - Divulgação

 

Mestres consagrados e performances ganham destaque

 

No 18º Salão do Artesanato de São Paulo, Lassen também deve apresentar obras de grandes mestres artesãos, tanto vivos quanto falecidos. Mestre Nuca, Manoel Eudócio, Manoel Graciano, João das Alagoas, Zezinha, Noemisa Batista, entre outros, terão trabalhos expostos. Um dos destaques fica para os trabalhos de José Nilo dos Santos e Adriano Rosa dos Santos, sobrinhos de Noemisa, que estão dando continuidade ao legado de sua tia, que ficou conhecida como a Figueira do Vale. 

Em um lounge ambientado com diversas obras de arte popular, o espaço é um misto de casa e ateliê e também receberá performances das artistas Ju AmoraANBAR, pseudônimo da artista Andréia Barbosa. Ao longo dos dias, a Ju traz pinturas com a botânica do cerrado e a ANBAR apresenta peças com símbolos armoriais. 

 

Serviço

18º Salão do Artesanato de São Paulo
De 28 de agosto a 1 de setembro de 2024
Pavilhão da Bienal - Av. Pedro Álvares Cabral, s/n - Ibirapuera, São Paulo 
Entrada Franca
Mais informações sobre o evento: https://salaodoartesanato.com.br/

 

 

 


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Angelo Miguel Oliveira Lima
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