22/08/2024 às 15h00min - Atualizada em 23/08/2024 às 00h01min

Bienal do Livro recebe lançamento do novo livro do escritor e poeta aramyz

Suicídios Diários, obra publicada pela editora Urutau, reúne poemas de caráter autobiográfico, definida pela editora Debora Ribeiro Rendelli como um “livro para celebrar a vida”, embora trate de um tabu social, o suicídio

SYLVIO NOVELLI ASSESSORIA EM COMUNICAçãO
Tatiana Lima
O escritor e poeta baiano-paranaense aramyz — radicado há quase quatro décadas em São Paulo e semifinalista do Prêmio Oceanos (2022), finalista do Prêmio Caio Fernando Abreu (2021 e 2023) e vencedor do Prêmio Variações de Literatura (2023) — lança em setembro, na Bienal do Livro de São Paulo, o seu mais novo trabalho, o livro de poesias Suicídios Diários (100 págs).

Publicado pela Editora Urutau com prefácio da renomada escritora portuguesa Maria Azenha, Suicídios Diários reúne 60 poemas de caráter autobiográfico, que trazem à tona um momento pessoal difícil enfrentado por aramyz e que, embora seja um tabu social, se faz necessário vir a público: a sua luta pessoal contra a depressão, que o levou a tentativas de suicídio.

No entanto, embora trate de um tema pesado, a obra foi publicada como “um livro para comemorar a vida”, assim definiu a editora Debora Ribeiro Rendelli. “Venho escrevendo desde que tive o primeiro pensamento suicida. Foi um livro construído ao longo da vida, por isso, tão pessoal. Esses poemas foram escritos a cada sobrevivência de uma crise e a decisão de publicar foi exatamente num momento onde se fez necessário falar. Em algum momento ele viria à tona”, analisa o autor.

aramyz então organizou seus poemas escritos nos momentos de crise que, segundo ele, “estavam guardados, trancafiados, escondidos em cadernos, e-mails e gavetas”. Em seguida, os selecionou e encaminhou à sua editora.

Conscientização - E para tentar quebrar este tabu e conscientizar o público, Suicídios Diários traz o texto introdutório "porque preciso falar sobre isso", em que o próprio autor relembra sua trajetória pessoal, incluindo a descoberta de ser portador do transtorno do espectro autista.

“minha vida, minha solidão, minha aversão a barulhos, ambientes agitados, excesso de iluminação, alguns comportamentos que chamam de toc, meu mau humor, aversão a contatos físicos, minha dificuldade de olhar nos olhos das pessoas, minha aversão a letras maiúsculas, seletividade alimentar, minhas depressões, minhas tentativas de suicídio, minhas solidões, meus interesses restritos e repetitivos, meu hiperfoco, alguns comportamentos e falas mal colocadas, que são vistos como falta de empatia. hoje tomo medicação controlada, faço análise, terapia ocupacional, e as ideias de suicídio diminuíram, mas não passaram” – trecho de Suicídios Diários.

Já para a poeta portuguesa Maria Azenha, “esta confrontação com a sombra é um difícil e às vezes trágico duelo entre o poeta e o lado sombrio de si mesmo. aramyz não deixa ninguém indiferente”, define no prefácio de Suicídios Diários. Ela completa ainda, ressaltando que “esse mundo quase ignorado que pode emergir de maneira inesperada e quase sempre inquietante em qualquer poema deste livro”.

Escolha pelo Grito – Mas se o silêncio é necessário para o processo criativo, como o autor trabalha esta necessidade de “gritar ao mundo”? aramyz é enfático: “todo grito vem do abismo, acredito que os abismos são lugares sem luz, sem som, os precipícios, as profundezas, quando se atinge esse ponto, ou se desce mais e se enterra na escuridão, ou sobe e grita, eu escolhi gritar”.

Por fim, aramyz encerra o texto de abertura de Suicídios Diários, com lições importantes sobre aprendizado e gratidão: “tenho aprendido todos os dias que minha vida é importante, um presente do qual tiro o laço, desembrulho do papel colorido, visto e uso por mais um dia, com todos os altos e baixos, sendo atropelado por estranhas sensações e pensamentos que me doem, tenho aprendido a viver assim, um dia depois do outro, entendendo minhas dores, falando sobre elas, brindando minhas vitórias, convivendo com minhas derrotas e meus fracassos, quero continuar lutando, continuar vivendo, e agradecendo, agradecendo todos os dias”.

aramyz - Nascido Elizeu do Carmo Munhoz, reside em São Paulo desde menino. Após ser diagnosticado como portador do transtorno de espectro autista e ao descobrir-se neuroatípico, conseguiu achar explicação para várias questões. Seu livro de estreia Só as hienas matam sorrindo (Urutau, 2021) foi semifinalista do Oceanos — Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa, em 2022. Participou das antologias Parapeitos (selo DoBurro, 2020) e Negociata na penumbra (Ipê Amarelo, 2021). Na poesia, foi finalista do Concurso Tâmaras, poemas para depois do amanhã (2020) e do Prêmio Caio Fernando de Abreu de Literatura, 2020, com Estranho seria se você soubesse. Publicou Vidro à prova de pobre (Urutau, 2022). Em 2022, foi finalista do Prêmio Caio Fernando de Abreu com Todo dia é assim, seu livro de estreia na poesia (Urutau,2023). Em 2023 venceu o Il Prêmio Variações de Literatura, com o livro Aqui não falamos sobre isso (Editora Folheando, 2024).

Suicídios Diários
Autor: aramyz
Editora: Urutau
Páginas: 100
ISBN: 978-65-5900-706-6
Dimensões: 13cm x 16,5cm
Preço: 50,00

Lançamento – Bienal do Livro de São Paulo
Dia: 08 de setembro, domingo
Horário: 18h
Estande: B74
Endereço: Distrito Anhembi - Av. Olavo Fontoura, 1209 – Santana

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FAUSTO CABRAL VALENTIN DA SILVA
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