21/08/2024 às 14h09min - Atualizada em 22/08/2024 às 00h09min

Raiva: entenda os riscos e as medidas essenciais para prevenir essa doença fatal

Diretor da Faculdade Qualittas alerta os riscos dessa doença fatal

DANIELA NUCCI
Divulgação

Conhecida, de forma equivocada, como hidrofobia, a raiva é uma doença viral grave transmitida principalmente pela mordida de animais infectados. Em setembro de 2023, o Instituto Pasteur, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, confirmou o primeiro caso de raiva canina na capital paulista desde 1983. “O vírus atinge o sistema nervoso central, causando sintomas severos como alucinações, convulsões, salivação excessiva e, em estágios avançados, paralisia e morte. Uma vez que os sintomas se manifestam, a doença é quase sempre fatal, tanto para animais quanto para humanos”, diz o médico-veterinário e diretor da Faculdade  Qualittas, Francis Flosi.

 

Agosto, o mês do cachorro louco

A crença de que agosto é o mês do cachorro louco tem raízes históricas e culturais. Durante esse período, muitas cadelas entram no cio, aumentando a atividade reprodutiva dos cães e, consequentemente, as brigas e mordidas, o que favorece a disseminação do vírus da raiva. Embora essa lenda popular não tenha base científica, ela serve como um lembrete da importância da prevenção.

 

Vacinação: a melhor forma de prevenção 

A vacinação regular de cães e gatos é a medida mais eficaz para prevenir a raiva. Animais domésticos devem ser vacinados anualmente, e a vacina deve ser aplicada a partir dos três meses de idade. Cadelas prenhas também podem ser vacinadas, garantindo a proteção tanto da mãe quanto dos filhotes.

 

Como identificar os sinais da raiva?

Nos animais, os sinais de raiva podem incluir mudanças de comportamento, salivação excessiva, dificuldade para engolir, e, em estágios avançados, paralisia. Em humanos, os sintomas iniciais podem ser confundidos com os de outras doenças, como febre, dor de cabeça e mal-estar. À medida que a infecção avança, surgem sinais mais graves, como espasmos musculares, medo de água e ar, e delírios.

 

O que fazer em caso de suspeita de raiva?

Se seu animal apresentar sintomas de raiva ou se você for mordido por um animal suspeito, é crucial agir rapidamente:

 

1. Lave imediatamente a ferida com água e sabão;

2. Procure uma unidade de saúde para avaliação e tratamento;

3. Caso a mordida seja de um animal doméstico, mantenha-o em observação por 10 dias e informe o Serviço de Saúde local se houver mudanças de comportamento.

 

Ações de saúde pública 

Durante o mês de agosto, diversas campanhas de vacinação e conscientização são realizadas em todo o país. As secretarias de saúde e os centros de zoonoses intensificam suas ações para capturar e vacinar animais de rua, além de promover a educação da população sobre os riscos da raiva.

 

Dia mundial contra a raiva 

Em 28 de setembro, é comemorado o Dia Mundial Contra a Raiva, uma data que reforça a importância da prevenção e do controle dessa doença. A raiva é a única doença tropical negligenciada 100% evitável por vacina, e a conscientização global é essencial para reduzir os casos de raiva em humanos e animais.

 

“Lembre-se, manter seu pet vacinado é um ato de amor e responsabilidade. Não deixe de participar das campanhas de vacinação e de conscientizar sua comunidade sobre os riscos da raiva. A saúde do seu pet e da sua família depende disso”, alerta o especialista .

 

 

Atual situação de raiva no Brasil

Em 2022, o Ministério da Saúde confirmou 16 casos de raiva em cães e gatos. Destes, oito foram causados pela variante de morcego, três pela variante de canídeos silvestres, e em cinco casos o sequenciamento viral ainda está em análise. De 2010 a 2022, foram registrados um total de 45 casos da doença.

Em 2023, foram notificados dois casos de raiva humana. O primeiro caso ocorreu no município de Mantena (MG) e foi transmitido por um bovino infectado com a variante de morcego (linhagem genética Desmodus rotundus). Já o segundo caso foi registrado em Cariús (CE), onde um homem de 34 anos foi agredido por um primata não humano (Callithrix jacchus). Esses dados são do Ministério da Saúde e ainda não foram atualizados em 2024.

 

Segundo Flosi, atualmente no Brasil, a raiva urbana transmitida por cães e gatos está em declínio constante, enquanto há um aumento significativo nas variantes de animais silvestres.

 

“Agosto é um mês de alerta e ação. Não espere para proteger seu pet e sua família. Mantenha a vacinação em dia, evite o contato com animais desconhecidos e, em caso de suspeita, busque ajuda imediata. A prevenção é a chave para evitar a raiva e garantir a saúde de todos”, finaliza Flosi. 

 

 


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DANIELA CHINIARA NUCCI
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