12/06/2024 às 14h41min - Atualizada em 13/06/2024 às 04h13min
A inteligência artificial vai roubar empregos no terceiro setor?
Estamos diante de uma transformação no impacto social para criar novas oportunidades
MURILO AMARAL
Divulgação/Baselab A inteligência artificial não elimina empregos, ela cria oportunidades para um futuro melhor.
A IA tem sido um tema central em discussões sobre o futuro do trabalho. Muitos temem que essa tecnologia avançada possa eliminar empregos, incluindo aqueles no terceiro setor, que abrange Organizações da Sociedade Civil (OSCs), filantropia e outras entidades de impacto social.
No entanto, essa perspectiva pode ser equivocada. Em vez de roubar empregos, a IA pode ser uma ferramenta poderosa para impulsionar o desenvolvimento institucional e humano.
As experiências que estamos tendo ao aplicar a IA com responsabilidade mostram que ela pode ser altamente benéfica. Ao gerenciar dados com conformidade, a IA tem o potencial de otimizar processos e liberar tempo para que os profissionais se concentrem em tarefas estratégicas e de maior valor. Quando aplicada corretamente, a IA pode contribuir significativamente para a eficiência e a eficácia das organizações do terceiro setor.
Um exemplo claro de como a IA pode ser vantajosa em instituições de impacto social é a operacionalização e automação de rotinas mais repetitivas de terceiro setor. Esses setores frequentemente enfrentam uma escassez de recursos financeiros, e isso ocasiona equipes diminutas que frequentemente precisam se dividir em inúmeras frentes dificultando a realização de suas missões. A IA pode ajudar a preencher essa lacuna, aumentando a capacidade produtiva e permitindo que essas organizações façam mais com menos.
O uso de técnicas como role prompting e chain of thought prompting pode simular interações com diferentes stakeholders e melhorar a qualidade das respostas da IA, aprimorando a tomada de decisões e a implementação de projetos no terceiro setor.
Pesquisas recentes apoiam essa visão otimista. De acordo com dados da Microsoft, 90% dos usuários afirmam que a IA os ajuda a economizar tempo, 85% dizem que ela permite focar no trabalho mais importante e 84% relatam um aumento na criatividade. Além disso, três em cada quatro pessoas já utilizam IA em seu trabalho diário, e 66% dos líderes empresariais afirmam que não contratariam alguém sem habilidades em IA. Embora esses dados reflitam a realidade norte-americana, eles são relevantes para as entidades filantrópicas brasileiras e mostram uma tendência global que não pode ser ignorada.
Não é mais possível discutir desenvolvimento institucional sem considerar o uso da inteligência artificial. Todas as áreas operacionais de uma OSC serão impactadas por essa tecnologia, desde a administração até a implementação de projetos. A IA está se tornando uma parte integral do funcionamento das organizações, ajudando-as a alcançar seus objetivos de maneira mais eficiente e eficaz.
A inteligência artificial não vem para roubar empregos no terceiro setor. Pelo contrário, ela tem o potencial de transformar essas organizações, tornando-as mais produtivas e inovadoras. O desafio está em adotar essa tecnologia de forma responsável e estratégica, garantindo que o desenvolvimento institucional e humano caminhem juntos. Assim, o terceiro setor pode aproveitar ao máximo os benefícios da IA, superando as limitações atuais e ampliando seu impacto social. Pedro Mattosinho,
COO da BaseLab.
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PATRICIA MOREIRA
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