22/04/2024 às 14h58min - Atualizada em 23/04/2024 às 00h01min

Pressão alta cresce no público jovem e atinge 5,6% dos que têm entre 18 e 24 anos

Especialista da Santa Casa de São José dos Campos explica motivos para crescimento da hipertensão arterial em pessoas mais novas

Viviane Soares Bucci
divulgação
Se antigamente a hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta, era vista como uma doença que atinge apenas pessoas mais velhas, hoje o cenário é um pouco diferente. Dados do Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, ligam um alerta: a incidência de hipertensão arterial entre jovens de 18 a 24 anos está em ascensão. Segundo o relatório, a taxa subiu de 2,3% em 2020 para 5,6% em 2023, indicando um aumento significativo em apenas três anos.

Cardiologista da Santa Casa de São José dos Campos, o Dr. Ciro Jones Cardoso destaca alguns fatores que contribuem para este cenário atual. "A qualidade de vida, a hereditariedade e a competitividade dos tempos modernos são os principais pilares que estão desencadeando o aparecimento da hipertensão entre os jovens", afirma.

O especialista também aponta que a alimentação neste “estilo de vida cada vez mais competitivo” desempenha um papel fundamental nos casos de hipertensão, especialmente o consumo crescente de alimentos ultraprocessados, ricos em sódio e conservantes. Além disso, o sedentarismo e o tabagismo entre os jovens intensificam o problema, o que leva a um aumento na predisposição ao desenvolvimento precoce da hipertensão.

De acordo com o Dr. Ciro, a hipertensão é uma doença silenciosa com sintomas muitas vezes sutis e que não se manifestam evidentemente. "Cefaleia, escotomas visuais e outros sintomas são experienciados por uma pequena parte dos hipertensos", diz.

Para prevenir e controlar a hipertensão, o cardiologista enfatizou a importância de consultas regulares e medição da pressão arterial, além da adoção de hábitos saudáveis, como “uma dieta balanceada e a prática regular de exercícios físicos”. O especialista também alerta sobre as possíveis consequências graves da hipertensão não tratada em jovens, incluindo “complicações cerebrais, retinopatias, doenças cardíacas e renais, entre outras”.

Pressão alta também cresce entre idosos
De acordo com os dados do Vigitel, a incidência de hipertensão arterial também cresceu entre os idosos. Em 2020, a taxa era de 60,6. O percentual subiu para 65,1% em 2023. Dr. Ciro reforça que o tratamento da pressão alta está relacionado diretamente com alimentação e exercícios físicos para todas as idades.

“Para aqueles que são sedentários, é fundamental administrar o tempo e iniciar uma atividade física aeróbica regular. Isso pode ser uma caminhada ou andar de bicicleta, preferencialmente não competitiva, pelo menos cinco vezes por semana, durante uma hora por dia. Reduzir a ingestão de sal também é essencial”, diz.

O especialista também afirma que a medicação é uma opção quando as mudanças no estilo de vida não são suficientes para controlar a hipertensão. “Para casos leves a moderados, geralmente uma única medicação é suficiente. Porém, em casos mais graves, pode ser necessário o uso de várias medicações ao mesmo tempo. A escolha da medicação depende da adaptação do paciente e da gravidade da condição”, finaliza.
 
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