Os data centers têm sido cada vez mais fundamentais no papel de armazenamento, processamento e distribuição de dados. De acordo com a consultoria IDC Brasil, a receita dos data centers no Brasil cresceu, em média, 12% em 2023. Da mesma forma, a refrigeração líquida tem se destacado como uma opção cada vez mais atraente para os data centers, oferecendo eficiência energética e a capacidade de reutilizar o calor extraído. No entanto, sua implementação não é isenta de desafios.
Um dos principais atrativos da refrigeração líquida é sua eficiência energética potencial. Sistemas de refrigeração líquida, tanto em formato de placa fria quanto de imersão, têm a capacidade de extrair calor de forma mais eficiente do que os sistemas tradicionais de refrigeração a ar. Além disso, o calor extraído pode ser reutilizado para aquecimento doméstico e empresarial, contribuindo para a sustentabilidade ambiental.
A integração da refrigeração líquida em um data center existente refrigerado a ar pode ser um desafio. A complexidade aumenta quando se trata de sistemas que operam em conjunto, exigindo redes de fluxo complexas e sistemas de refrigeração de ar sofisticados para trabalharem perfeitamente juntos. A introdução do resfriamento líquido pode comprometer a eficiência do sistema de refrigeração a ar, resultando em ineficiência energética.
Além disso, o resfriamento líquido aumenta a complexidade operacional. A necessidade de conexões de fluidos e elétricas adicionais requer mais trabalho para alterar operacionalmente o sistema. Por exemplo, no caso de um sistema de imersão, o processo de submergir os equipamentos eletrônicos em um banho de óleo mineral é muito diferente de uma configuração convencional.
Apesar das vantagens, a refrigeração líquida ainda enfrenta desafios técnicos e de material. Em sistemas de imersão, a incompatibilidade de material pode afetar a vida útil do equipamento, pois os diferentes materiais sólidos presentes nos componentes eletrônicos podem reagir com o líquido de resfriamento ao longo do tempo. Além disso, a transferência de calor por flutuação limita a densidade de energia que pode ser dissipada, o que pode ser um obstáculo à medida que os chips se tornam mais densos.
Os gêmeos digitais podem desempenhar um papel fundamental na implementação e gerenciamento eficaz da refrigeração líquida. Eles oferecem visibilidade sobre o que não pode ser visto ou medido facilmente, permitindo aos operadores testar diferentes sistemas e cenários de refrigeração antes da implementação real. Isso ajuda a melhorar a eficiência e a resiliência do sistema de refrigeração.
Apesar dos desafios, a refrigeração líquida representa o futuro dos data centers, especialmente com o aumento da potência das CPUs e GPUs. A tecnologia está avançando rapidamente, e os gêmeos digitais podem ajudar a avaliar qual cenário de refrigeração melhor se adapta às necessidades de cada data center.
Assim, a refrigeração líquida oferece benefícios significativos em termos de eficiência energética e reutilização de calor, mas sua implementação requer planejamento cuidadoso e consideração dos desafios técnicos e operacionais envolvidos. Com a ajuda dos gêmeos digitais, os operadores de data centers podem maximizar os benefícios da refrigeração líquida e enfrentar os desafios com confiança.